Artes, negócios, diversão e comportamento.
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Como lidar com a infelicidade alheia.
Como você se comporta diante de pessoas que são agressivas, mal humoradas e pouco gentis no relacionamento pessoal e profissional? Por Mauro Henrique Toledo
Fui ao correio enviar uma encomenda. Agência vazia, apenas dois guichês. Satisfeito por não haver fila e simpatizante do hábito de cumprimentar as pessoas, adentrei o recinto dizendo: – Bom dia. Não houve resposta, nem um pio, um olhar, nada. Tudo bem, é a vida e seus ruídos. Fui ao guichê da funcionária, que continuou não me dando atenção. Tudo bem, percebi que ela estava ocupada, meio atrapalhada. Depois do longo tempo da indiferença, a funcionária nada gentil, se vira e diz: – Pois, não? Perguntei o preço de envio por pac ou sedex (minha encomenda estava num envelope amarelo oficial dos correios). Doralice, li no crachá, me disse que o envelope oficial só poderia ser enviado via sedex, não via pac. Contestei em dúvida e disse que em outra agência essa regra não se aplicava. E Doralice, feroz e sarcástica com minha dúvida: – Aqui nesta agência é assim que funciona. O senhor quer enviar ou não? Tudo bem, respirei profundamente. Doralice fez o procedimento de envio, somou minha dívida, paguei, peguei o troco, o recibo e perguntei: – Como posso acompanhar a entrega? E a adorável Doralice, na lata: – Pelo site do correio. E eu para a doce Doralice: – E qual é o site do correio? E ela me responde com sua voz irritante: – O senhor não está vendo aí no recibo? E para reforçar, a afável Doralice pegou a caneta e apontou em meu recibo: – Está aqui, não está vendo?
Tudo bem. Tudo bem, nada. Olhei bem nos olhos da amável Doralice, contei até dez, contive a ira e a vontade de enforcar a singela funcionária e lhe disse: – Escuta, Doralice, se estou perguntando é porque não sei, sou cliente e você deve informar e não precisa ser mal-educada. Pronto, falei. Pois não é que a atenciosa Doralice elevou ainda mais a voz, dizendo: – Eu não sou mal-educada, a informação está aí e se o senhor não sabe disso é problema seu. Bom, neste momento eu tinha duas opções comportamentais diante do ato: ou perdia as estribeiras e respondia no mesmo nível àquele tratamento grosseiro, ou, sorria do destempero da afetada Doralice, levava no bom humor e fazia as pazes comigo mesmo, afinal, o que eu precisava é que a encomenda chegasse ao seu destino. Esse era o objetivo da minha ida ao correio.
Pois bem, fica aqui minha reflexão à essa cena verídica. No mundo estressado de hoje é preciso contar até dez pra não ser reativo e estúpido com pessoas sem noção do valor da atenção e gentileza. Precisamos ser observadores reflexivos e com auto controle para não cair nas garras do mal-humor alheio. Quando alguém lhe tratar com indiferença e agressividade, não caia na armadilha do infeliz. Apesar da vontade que dá, não é saudável revidar na mesma moeda; respire fundo, conte até mil e sorria para o comportamento ridículo. Tome o cuidado de não ironizar a pessoa infeliz, pois ironia pode deixar a pessoa destemperada ainda mais nervosa. Entenda que todos temos bons e maus dias, e que na verdade, a agressão não é direcionada pra você, é direcionada pra ela mesma, em forma de desamor próprio.
Quando criança, se eu aprontava, ouvia dos adultos: “Pare com isso, você está me tirando do sério”. Hoje, quando diante da infelicidade alheia, não entro no jogo, respiro e reflito: “Não vou permitir que essa pessoa me tire do meu estado de bem-estar”. E sorrio. Melhor não levar-me tão a sério, afinal de contas, não vou sair vivo desta vida mesmo”.
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